Capítulo 5 

Entrei na sala assim que me levantei e vi a Joana a falar com o Carlos no sofá. Ao detectar minha entrada, os dois se viraram para olhar para mim. A expressão deles não revelava nada fora do comum, como se fossem apenas amigos. 

“Querida, por que você não dormiu mais?” Enquanto perguntava preocupado, Carlos se aproximou de mim. 

“Não consigo mais dormir“, dei–lhe uma resposta calma. 

Então Joana disse carinhosamente: “Vim visitá–la depois de visitar o Sr. Morais, pois soube que você não dormiu ontem à noite. A Sra. Morais foi buscar a Bianca que estava na Isabel, então eu trouxe ela também.” 

“Onde ela está?” Depois de controlar minhas emoções, perguntei calmamente. 

“Ela está brincando no quarto dela“, disse Joana. Ao perceber que Bianca estava presente, eu me abstive de gritar com eles. Não demorou muito para que Carlos nos servisse a refeição e chamasse para comermos. Joana agia como se fosse a dona da casa enquanto conduzia Bianca para a sala de jantar à minha frente. 

Suprimindo o sentimento de desânimo que havia dentro de mim, eu os segui até a sala de jantar. Tanto a Joana como a Bianca já estavam sentadas quando cheguei, mas rapidamente percebi ao ver os lugares vazios que a Joana e eu estávamos sentadas em ambos lados do Carlos. Foi um detalhe que eu nunca havia notado antes disso. 

O Carlos deu–me uma tigela de sopa antes de dar a Joana, depois a Bianca, depois ele próprio. Joana tomou–a naturalmente antes de sorrir para ele. “Carlos, a canja de galinha que você fez está tão gostosa! É ainda melhor do que os feitos pelos chefs de um hotel!” 

Como ousa dirigir–se a ele com tanta intimidade! A fim de reprimir minha vontade de jogar a sopa em seus rostos, segurei minha mão com força. 

Ao perceber que eu o encarava com um olhar estranho, Carlos perguntou: “Linda, por que você não prova? Eu fiz para 

você“. 

Fiquei pasma com o que ele disse, pois nunca gostei de canja de galinha, apesar dele constantemente fazê–las. No entanto, nunca disse isso a ele, pois achava que era louvável o suficiente para ele cozinhar para 

mim. 

Entretanto, fiquei a olhar para a Joana com dúvidas antes de me lembrar que ela estava sempre presente quando ele fazia canja de galinha, e gostava da sopa que ele fazia. Meu coração doeu ao perceber que eu era uma idiota por não perceber os sinais de que eles estavam tendo um caso bem na minha frente, sem falar que eu sempre terminava a sopa que ele fazia causa do meu marido, que estava me traindo. 

por 

Em uma tentativa de suprimir a minha vontade de apenas virar a mesa, cerrei meu punho quando me virava para olhar para Bianca na mesa, então peguei numa colher para colocar um pouco de comida na sua tigela. Joana seguiu o exemplo ao observar minhas ações, apenas para que Bianca escolhesse a comida que Joana lhe dava na mesa. 

Ao perceber as ações de Bianca, Carlos pareceu simpatizar mais com Joana ao repreender Bianca: “Bianca, como você ousa ser tão indelicada com a Srta. Ramos quando ela estava tentando ser legal com você?” 

Com certeza parecia que minha presença não significava nada para ele quando tentou defender Joana e repreender Bianca na minha frente. Bati meus talheres na mesa enquanto minha raiva aumentava, mas Bianca se abriu antes que eu pudesse: “Ela é uma pessoa má, então não gosto dela!” Com um olhar de raiva, Bianca apontou para Joana. 

O semblante no rosto de Joana mudou assim que Bianca disse isso, embora eu tenha ficado surpresa com isso, como Bianca nunca demonstrou tanta hostilidade em relação a Joana apesar de não gostar muito dela, então eu me perguntei o que estava acontecendo com ela. 

Enquanto isso, Carlos olhou para mim com um olhar intimidado, como se de repente tivesse se lembrado de algo. Por curiosidade, eu queria perguntar a Bianca sobre o que aconteceu, apenas para que ela falasse mais uma vez antes que eu pudesse: “A senhorita Ramos tentou me fazer chamá-la de mãe!” A expressão do rosto de Joana e de Carlos mudou visivelmente assim que ela o disse. 

Recompensas